O despachante David Cloky Hoffaman Chita voltou a ser denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por crimes de fraude no sistema do Detran-MS, desta vez em ações praticadas entre o fim de 2013 e 2014.
Réu em outros processos pelo mesmo tipo de crime e foragido há mais de um ano, Chita ganhou notoriedade nas últimas eleições ao acusar, em entrevista ao Jornal Midiamax, o deputado federal Beto Pereira (PSDB) de ser o “verdadeiro chefe” de um esquema de corrupção dentro do órgão de trânsito.
A nova denúncia, assinada pelo promotor Jorge Ferreira Neto Júnior, foi protocolada em julho e também atinge o ex-servidor do Detran-MS Calisto Mercado Magalhães, demitido após processo administrativo disciplinar. O caso agora está nas mãos do juiz Roberto Ferreira Filho, que decidirá se aceita a denúncia e transforma os investigados em réus ou se rejeita a acusação.
O esquema
Segundo a investigação, os crimes seguem o mesmo padrão já identificado em processos anteriores: “esquentar” documentação de veículos irregulares. Entre as fraudes apontadas estão a liberação de CRVs sem o pagamento das taxas obrigatórias e alterações em registros de veículos pesados, como a manipulação do peso bruto total e da quantidade de eixos.
“Restou apurado o intuito das atividades criminosas, por meio de fraudes efetivadas no sistema de informação do Detran/MS, incorrendo em indícios suficientes de que os denunciados David e Calisto concorreram para a prática dos crimes em questão”, destacou o promotor na ação.
Ambos foram denunciados pelos crimes de falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema público, cada um em três oportunidades diferentes.
Foragido
David Chita está foragido desde 12 de junho de 2024, quando a polícia não conseguiu localizá-lo em sua residência. Segundo testemunhas, ele teria deixado o Estado dois meses antes, após tomar conhecimento da decretação de sua prisão.
Outro lado
A reportagem buscou contato com o então diretor-presidente do Detran-MS, Carlos Henrique dos Santos Pereira, por meio de seu advogado, mas não obteve retorno até o fechamento desta publicação. O espaço segue aberto para manifestação.