Prefeitura intensifica monitoramento com comissão para evitar novas invasões

O grupo já realizou vistorias em bairros como Cristo Redentor, Jardim Seminário e Jardim Centro-Oeste

Diante da recente onda de ocupações irregulares em Campo Grande, a Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) reforçou o monitoramento de áreas públicas, contando com o apoio da Comissão de Monitoramento, Cuidado e Preservação das Áreas Públicas. Criada em abril deste ano, a comissão tem como objetivo coibir invasões e proteger os terrenos municipais.

Desde então, a comissão já realizou vistorias em bairros como Cristo Redentor, Jardim Seminário, Jardim Centro-Oeste, Jardim Jerusalém, José Maksoud, Moreninha, Novo Brasil, Paulo Coelho Machado, Jardim Tijuca, Vida Nova e Vila Dedé. Essas regiões apresentam altos índices de vulnerabilidade social, conforme aponta o Mapa da Vulnerabilidade divulgado em março do ano passado.

Em nota oficial, a Prefeitura destacou que o trabalho da comissão é de caráter preventivo e ocorre de forma integrada com outras secretarias municipais, sempre seguindo as diretrizes da Lei Municipal nº 2.909, que trata da proteção do patrimônio público. Apesar dos avanços, a Emha ainda não possui um relatório consolidado com o mapeamento completo das áreas em risco de ocupação. No entanto, a agência reforça seu compromisso com a legalidade, a justiça social e o respeito ao direito à moradia.

As ações ganharam ainda mais força após três tentativas de invasão ocorridas entre os dias 19 e 22 de junho, nos bairros Monte Alegre, Jardim Tijuca e Jardim Sumatra. O caso mais recente aconteceu no sábado (21), quando a Guarda Civil Metropolitana, a Polícia Militar e a Romu (Ronda Ostensiva Municipal) intervieram em uma ocupação na Rua Bororós, no Jardim Tijuca. Na ocasião, foram utilizadas bombas de efeito moral e spray de pimenta para dispersar os invasores. Um acordo provisório foi firmado, permitindo que os moradores permanecessem no local até esta segunda-feira (24), sob a condição de desmontar os barracos.

Na segunda-feira (23), representantes do grupo que ocupava o terreno procuraram a sede da Emha, mas decidiram não dar continuidade ao atendimento social oferecido. Segundo a agência, essa recusa impede a inclusão das famílias na fila oficial de espera por moradia. Durante o atendimento, o setor social ofereceu a atualização ou realização do cadastro habitacional, mas o grupo optou por não prosseguir. A Emha reforça que a fila para programas habitacionais é pública, transparente e baseada em critérios legais e sociais, definidos por normativas federais e municipais.

No último sábado, um morador denunciou a ocupação irregular de uma área pública no bairro Jardim Sumatra. Segundo o relato, dezenas de barracos improvisados foram erguidos no local, que estaria sendo invadido por famílias.

O terreno fica entre as ruas Doutor Fauze Saueia, Dom Fernandes Sardinha, Manoel Pereira de Souza e Augusta Rossini Guidi, próximo à entrada do Bairro Los Angeles. De acordo com a denúncia, havia previsão de construção de uma escola na área, mas até o momento nenhuma obra foi iniciada.