O relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio Guaicurus foi aprovado por unanimidade durante votação realizada nesta quarta-feira (10), na Câmara Municipal de Campo Grande. O documento, elaborado pela relatora da comissão, vereadora Ana Portela (PL), recebeu o aval de todos os membros da CPI e agora segue para apresentação oficial, prevista para esta sexta-feira (12). O horário da divulgação ainda não foi definido.
Foi aprovado por unanimidade, confirmou a relatora em entrevista. O resultado reforça a unidade dos vereadores em torno das conclusões levantadas ao longo dos cinco meses de apuração, iniciada em 18 de março deste ano.
### Possíveis indiciamentos
Um dos pontos mais aguardados do relatório é a indicação de responsabilidades. Segundo a vereadora Luiza Ribeiro (PT), que também integra a CPI, os documentos e depoimentos coletados trazem elementos suficientes para justificar pedidos de indiciamento contra membros da diretoria do Consórcio Guaicurus.
“Tem indiciamento de várias autoridades que deixaram de cumprir suas responsabilidades. Eu acredito que alguns diretores do Consórcio também serão indiciados por não terem feito contrato de seguro, por colocarem veículos em circulação em condições precárias, inclusive correndo risco de pegar fogo. Alguém tem que responder por isso. Não iremos decidir se é criminal, mas a CPI pode apontar o indiciamento”, destacou.
Situação da frota e novas propostas
Durante a investigação, a comissão recebeu inúmeras denúncias sobre a má qualidade da frota, marcada por atrasos, superlotação, veículos quebrados e até registros de ônibus em chamas. Esses episódios reforçaram a necessidade de responsabilização da concessionária, que detém o monopólio do transporte coletivo na Capital desde 2012.
O relatório também pode apresentar sugestões de medidas para melhorar o serviço oferecido à população. Entre as propostas em discussão está o projeto “Ar no Busão”, que prevê a obrigatoriedade de aquisição de novos veículos já equipados com sistema de ar-condicionado. Hoje, esse item depende de negociações entre a Prefeitura e o Consórcio Guaicurus e não é exigência contratual.
Expectativa
Com a conclusão do trabalho, os vereadores esperam que o relatório final da CPI não fique apenas no campo político, mas que resulte em encaminhamentos concretos ao Ministério Público, Tribunal de Contas e outros órgãos de controle, capazes de assegurar melhorias no transporte público e responsabilizar eventuais gestores omissos.
“A CPI não é um fim em si mesma. É um instrumento de fiscalização e de cobrança em nome da população que todos os dias depende do transporte coletivo. Nosso papel é apontar falhas, responsabilidades e caminhos para que Campo Grande tenha um serviço digno”, completou Luiza Ribeiro.
Quer que eu reforce ainda mais a parte política, destacando os próximos passos da CPI (como encaminhamento ao MP e impacto na Prefeitura), ou prefere manter mais focado nos problemas do transporte e nos possíveis indiciamentos?